
ENTREVISTA:
1) Como surgiu a banda? Por quê?
Vavo – A banda surgiu em 1999. Quando participávamos do grêmio estudantil, a gente fazia reuniões depois da aula, eu sempre levava violão pro colégio e ficava tocando umas músicas.
Lucas – E aí a gente pensou: “Caras, vamos montar uma banda!”
Vavo – E aí a gente montou uma banda pra tocar no festival do colégio. Depois de um tempo, a gente começou a tocar músicas próprias e aí começou a Fresno.
Vavo – No início, o nome da banda era Democratas. Mas, por incrível que pareça, já tinha uma banda com o mesmo nome e acabamos ficando sem nome, a banda ficou meio sem show. Aí teve um show marcado e a gente precisava de um nome rápido pra colocar no cartaz de divulgação.
Lucas – E aí, eu decidi: “vai ser Fresno”, que é o nome de uma cidade da Califórnia.
3) Depois de quase oito anos como uma banda underground, como foi aparecer em diversos programas e tocar nas principais rádios do Brasil?
Tavares – A gente nunca foi na Hebe! (Risos)
Lucas – Mas, enfim, Luciana Gimenez e tal... Daí todo mundo ri , mas é legal. Minha música tá passando na rádio, no Planeta Atlântida. Essas “coisas” enormes que vão acontecendo e que é “massa”. É sinal de que o trabalho tá dando certo. A gente sempre pensava isso, mesmo ingênuos, sempre teve essa pretensão: “bah, a gente tem que ter uma banda que vai ser enorme”, a gente sempre teve essa vontade e aí quando tu vê essas coisas acontecendo é muito legal!
Lucas - Mas é uma coisa que todo mundo tem que fazer um dia, porque tu não podes ficar debaixo da saia da tua mãe até os 40 anos, né? (risos) Que nem meu primo “Cizinho”, de Fortaleza, que tem 45 ainda mora com a minha tia, não é certo né...
Vavo – Tem que aprender a ser adulto, pagar as contas...
Lucas – Ou seja, essas renúncias, perto do que a gente consegue e ganha, tu acaba nem pensando nisso: “ai, que saco”, porque tem mais coisas legais do que problemas. E problemas existem em qualquer.
5) A internet foi um dos grandes impulsionadores da carreira de vocês, mas ela trouxe algo de ruim pra banda?
Lucas – A internet só trouxe coisa boa. O que traz de ruim também tem um lado bom. O nosso disco, por exemplo, antes de chegar nas lojas já tava na internet pra baixar. Aí tu pensa: “putz, que saco!”, mas daí tu pensa: “pô, mas 10 mil pessoas já baixaram”. Quer dizer, tu sabe que tem um prejuízo por um lado, mas por outro lado é bom, porque tu sabe que o teu trabalho tá tendo uma demanda grande, que a galera tá gostando e que eles vão ouvir as tuas músicas. De uma forma ou de outra, cabe a gente fazer com que essa pirataria se reverta em lucro pra gente, mas fora isso, não tem nada que a internet nos incomode.
Armazém – Vocês recebem muito xingamento?
Vavo – Tem como tem outras bandas.
Lucas – Tudo que faz sucesso,as, chama a atenção, também tem gente que não vai gostar, gente que fica brava, gente que se incomoda.
Tavares – Paciência, né, paciência...
6) Cada banda tem um som próprio e é difícil enquadrá-la num único estilo. Mas se vocês tivessem que se definir, a qual estilo a Fresno pertenceria?
Lucas – A gente é uma banda de rock.
7) O que vocês definem como "emo"?
8) Se vocês não tivessem uma banda, o que vocês seriam?
Cupper – Tu esqueceu de dizer que ela fugiu de casa.
Tavares – Dois dias depois acharam ela na frente de casa. Os pais dela chegaram com a polícia e tal.
Lucas – Eu baixo música demais. Agora, estou ouvindo Tim Maia Racional. Eu gosto de várias bandas, mas o que mais estou ouvindo é o cd que o Tim Maia compôs nos dois anos em que ele ficou “louco”.
Lucas – Vocês são as melhore jornalistas que eu já vi! São perguntas muito bem formuladas.
Vavo – Nas atitudes.
Tavares – Pra mim, o “rock gaúcho” influenciou em tudo. Na verdade foi um rótulo que foi dado, assim como o “emo”. Um dia as pessoas chegaram e falaram: “é rock gaúcho” então não vai sair daqui.
Lucas– O “rock gaúcho” acabou englobando um monte de coisas, desde o cara natirista até o vídeo-hits. Ou seja, são bandas que não tem muito a ver uma com as outras e a única característica que elas têm em comum é serem gaúchas. Não sei se essas bandas chegaram a influenciar, porque a Fresno já tava rolando quando começou a rolar Bidê ou Balde, mas são bandas que eu gosto muito.
Tavares – Mas desde pequeno a gente ouviu essas bandas, e elas acabaram influenciando a nossa formação musical, até porque eram os ídolos que a gente tinha mais perto, que eram famosas e estavam na nossa cidade.
Lucas – Eu era fã de Comunidade Nin-Jitsu, fã total. (risos)
Lucas – Eu acho que em todos os aspectos, a gente até ficou mais bonito. Desde desenvolver esse lado musical de aprender a tocar, de tu gravar o disco num estúdio legal, de ter a convivência, tu saber com quem tu ta tocando, tudo isso marca uma evolução, e essa evolução se dá através desses quatro discos que a gente tem, evoluindo de um pro outro. Se tu vai ouvindo eles na seqüência, tu vê que ele já começa com a nossa cara, mas que ainda é embrionário, que ta começando. O “Redenção” já tem uma identidade que se mantém em todas as músicas, que tem totalmente a nossa cara.
Vavo – Desse ano é divulgar esse cd (Redenção), toca bastante, tentar conseguir o maior número de fãs possível e espalhar a música pelo país inteiro, porque querendo ou não é uma parte não muito grande do Brasil que conhece a gente.
